Eu acredito em vida após a morte tanto quanto acredito em vida antes da vida. Acredito que o feto – antes mesmo de nascer – possui uma alma desde o momento de sua concepção e que essa alma o torna um ser humano tanto quanto eu ou você. E acredito em tudo isso sem qualquer comprovação científica.
Outras pessoas acreditam que o feto só se torna um indivíduo, e portanto com direito à vida, apenas após seu nascimento. Também há quem acredite que a alma passa a existir em algum momento entre concepção e nascimento. Outros há que nem acreditam no conceito de alma.
Em virtude de minhas crenças eu jamais faria um aborto em qualquer circunstância. Outros, também de acordo com suas crenças, acreditam que a dona do corpo tem todo o direito de expulsar o “hóspede” se ele for indesejado.
Então eu defendo a descriminalização do aborto para que quem pensa diferente de mim possa exercer seu direito a uma escolha de acordo com suas crenças tanto quanto eu tenho agora. Quem acredita em alma desde a concepção continua não fazendo, quem não acredita no que não foi comprovado cientificamente tem preservado o seu direito de escolha também. Mesmo porque eu não me vejo no direito de impingir a outros que não creem no mesmo que eu a agirem da mesma forma que eu.
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