A impunidade favorece o crime

Só o povão vai para a prisão

Só o povão vai para a prisão

Segurança pública no Brasil

O noticiário nos bombardeia diariamente com informações diversas, ora mostrando ações de policiais que resultaram em mortes de inocentes, ora mostrando as deficiências de treinamento e a defasagem dos salários de policiais, ou a luta do Gigante contra Golias, de um lado os traficantes armados até os dentes, com verdadeiros exércitos, e de outro a polícia desfalcada e quase pedindo licença para entrar nos morros.

Também ouvimos promessas de secretários e ministros dizendo que vão melhorar treinamento, armamento e salários, que vão reestruturar a polícia e bla-bla-bla. Vemos também flagrantes de policiais corruptos envolvidos em tráfico de entorpecentes e armas.

Assistimos outro dia a um confronto entre policiais civis e militares, os primeiros querendo invadir o palácio para reinvindicar melhores salários, os outros encarregados de impedir a manifestação.

Parece que a polícia está em guerra e o inimigo parte de dentro dela mesma, aos poucos minando as já combalidas forças policiais que têm como obrigação primária manter a ordem e assegurar a integridade do cidadão.

A legislação

Se por um lado você vai preso – e é crime inafiançável – se seu gato comer uma legítima ararinha azul – espécie em extinção, e portanto protegida pelo IBAMA, se matar alguém e conseguir provar que foi um acidente, ou se for réu primário, poderá ter um bocado de dor-de-cabeça, mas é certo que se tiver dinheiro para pagar um bom advogado e tiver um curso superior não vai passar nem uma noite na cadeia. Na pior das hipóteses vai cumprir pena em liberdade ou prestando serviço em algum órgão público.

Quando a Polícia Federal prende algum bam-bam-bam depois de muita investigação e muita campana, lá vem os advogados milionários e pagos a preço de ouro protestar que foram usadas algemas (excesso de violência) e que havia repórteres filmando (abuso de exposição de imagem), cabeças rolam, cargos mudam de dono e no final volta tudo ao que era antes. Só faltam ter que pedir desculpas oficiais.

Impunidade

Um país que pretende ser sério – e ser levado a sério – tem sim, que ter um conjunto de leis que estabeleçam o que é legal ou ilegal, o que é ou não passível de punição. Mas essas regras têm que ser cumpridas à risca, não dar margem à interpretações outras ou fornecer meios para que os espertos advogados dos réus triliardários retirem ilesos seus clientes, imunes às leis que governam a vida do restante da nação.

Qualquer empresário ou traficante que tenha a seu serviço um bom advogado (ou um grupo deles) consegue provar que é inocente, ou que há atenuantes, ou que tem problemas de saúde, ou que foi preso com abuso de qualquer coisa. Ou seja, no fim acaba em casa, saboreando uma bela pizza e rindo de nossas leis.

Vergonha

Como já dizia um âncora de TV, “isso é uma vergonha”, assistimos à derrocada de nossas leis, a esculhambação de nossa Constituição, que não nos assegura mais nada, apenas que se nós, cidadãos comuns, cometermos um crime, teremos que por ele pagar atrás das grades, mas que se um traficante responsável pela morte de dezenas (e porque não centenas?) de pessoas, dificilmente terá o mesmo azar. Se a coisa apertar mesmo, sempre pode esperar o julgamento em liberdade e desaparecer do país.

(Zailda Coirano)

Bens de Rosinha e Garotinho são bloqueados pela Justiça

A justiça determinou o bloqueio dos bens de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, ex-governadores do Rio de Janeiro, e mais 26 réus numa ação por improbidade administrativa. Eles são acusados de desviar verbas públicas através do Fundo Estadual de Saúde.

Isso é uma vergonha, esperemos que a ação apure os fatos e se for o caso que puna os responsáveis. Já estamos fartos nesse Brasil de governantes corruptos que usam do cargo que lhes foi conferido pela confiança depositada pelo povo para enriquecer ilicitamente, desviando verbas que são destinadas a minorar a miséria na qual vive uma boa parte da população.

Durante as campanhas eleitorais esses autênticos criminosos distribuem sorrisos e agrados, carregam crianças no colo, prometem mundos e fundos, mas quando estão no cargo para o qual foram eleitos esquecem rapidamente tudo o que prometeram e escudando-se no direito à privacidade e à intimidade, formam verdadeiras quadrilhas para usurpar o que é do povo e esquemas para lavagem do dinheiro resultante de suas operações ilegais.

Vamos aguardar e esperar que esse processo também não acabe em pizza.

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